sexta-feira, 11 de julho de 2008

SOBRE A PAZ INTERIOR


Sobre a Paz Interior Masaharu Taniguchi A coisa mais importante para o ser humano é a paz interior. Se não conseguir paz no íntimo, mesmo que tenha fortunas incalculáveis, a pessoa terá uma vida infernal. Se a fortuna implicasse em felicidade, então o sr. George Eastman, que aperfeiçoou a máquina fotográfica Kodak e tornou-se presidente de uma fábrica de filmes, não teria se suicidado.O desejo de posse material é infinito, ao passo que a matéria é finita. Vemos esse exemplo na luta para a conquista da hegemonia política e econômica no atual contexto sócio-econômico do mundo tanto capitalista como comunista.Uma vez Buda estava caminhando numa trilha na montanha com um discípulo. Anan, o discípulo, achou o tesouro que o rei havia escondido na montanha e avisou o mestre. Buda disse “Esse tesouro é uma serpente venenosa. Não se aproxime” e se desviou do caminho. Isso porque, quando alguém tem fixação por bens materiais, a mente dessa pessoa experimenta o mesmo sofrimento causado pela picada de uma cobra venenosa. Buda sentia pena das pessoas que não cessavam de querer bens materiais, como alguém que caiu em tentação.A matéria em si não representa nem bem nem mal. Quando a matéria é usada para o bem, é boa; quando utilizada para fins egoísticos, é má. É um bem quando é utilizada para socorrer necessitados, mas é um mal quando a pessoa acaba sendo escravizada pela matéria e pela ambição de possuí-la.A matéria é materialização da imagem formada na mente humana. Por isso não há necessidade de persegui-la, sacrificando “a paz e a liberdade da mente”. Basta conservar a mente aberta e ajudar os outros sem se preocupar com perdas e ganhos; você terá poupado no “Banco de Deus”, e, quando necessitar, poderá sacar e não sofrerá privações. Quando você pratica o bem aos outros, a imensa alegria resultante desse ato de amor é que lhe proporciona paz interior. O homem procura riqueza porque deseja paz de espírito e acredita que, tendo riqueza, há segurança. Mas quem é rico materialmente sempre corre o risco de perder essa riqueza. O dinheiro pode ser roubado e seu possuidor pode até morrer se reagir. E também sempre corre o risco de inflação. O valor do seguro de vida que na minha mocidade poderia sustentar uma família a vida inteira, hoje em dia não dá para sustentá-la nem um mês sequer. Não se pode obter a paz imutável através de bens mutáveis. A paz perene só é possível através de coisas perenes. A paz perene não se obtém através de bens passageiros. A paz eterna interior só é possível através de coisas eternas.Quando o corpo morre, aquilo que o espírito não consegue carregar, fenece. Procurar obter bens passageiros que o espírito não pode levar, tendo um dia de separar deles e sofrer com essa separação, é como lutar para segurar nas mãos espumas de sabão que desaparecem em segundos. Só aqueles que procuram riquezas perenes e imutáveis é que terão a verdadeira paz de espírito.Procure praticar o bem sem pensar na recompensa. O bem praticado aumenta mais a riqueza espiritual da pessoa que o pratica, tornando-se uma fortuna eterna. A pessoa que possui essa riqueza espalha felicidade e prosperidade ao seu redor só pela sua presença. Há casos em que a existência de um chefe de família com essas qualidades mantém a harmonia e a prosperidade no lar e no trabalho, fazendo com que haja paz e compreensão entre familiares e empregados.
A virtude de uma pessoa não sobressai no plano formal, mas tem um peso enorme, levando a prosperidade aonde ela estiver. A virtude é acumulada através de incessantes atos de bondade, amor e trabalho. Um ato de bondade praticado de modo teatral recebe a recompensa já no ato, mas um ato de bondade que não é reconhecido publicamente fica como crédito no “Banco do Universo”. Quem pratica bondade sem aparecer publicamente terá sempre paz de espírito, mas quem demonstra bondade para ser aclamado, muitas vezes acaba se tornando alvo de inveja e crítica, perdendo muitas vezes a paz interior. (TANIGUCHI, M. Livro: Leve Avante Sua Vida. pp. 77 a 79 – 5ª ed.)

Nenhum comentário: